quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

JOHNNY MARR - PLAYLAND (2014)




Será que o querido leitor, apreciador do Rock 'n' Roll dos idos anos 70 e 80, nunca se
perguntou por que o Rock Mainstream de hoje em dia deixa tanto a desejar? A resposta é
bem simples: tais bandas somente preservam alguns elementos musicais interessantes de
outrora, mas, ao mesmo tempo, ignoram a vibração e o clima que levou o estilo ao seu auge
naqueles tempos. Temos então, como grandes ícones do estilo na atualidade, as mesmas
bandas de 25 ou 30 anos atrás.

Tendo em mente o que fora exposto no parágrafo anterior, dou início a minha coluna com um
álbum do veterano guitarrista Johnny Marr (ex-The Smiths). Em Playland (2014), o que se ouve
é uma ótima atualização do post-punk/goth rock das melhores décadas da indústria musical.
Aqui ouvimos um rock numa linha bem semelhante às bandas alternativas de hoje em dia
porém, com uma versatilidade e uma atitude bem incisiva nas composições e arranjos.
Tudo feito de forma bem peculiar e com muito sentimento.

O álbum se inicia com um de seus destaques, a faixa "Back in the Box". Com rítmo acelerado,
lembra a memorável "Disorder", do Joy Division. Destaco também o trabalho cativante aqui
desempenhado pelas guitarras e pela melodia vocal extremamente grudenta.
Seguimos com a dançante, moderna e não menos grudenta "Easy Money".
Depois com a oitentista e sentimental "Dynamo" que possui guitarras pesadas nas estrofes
um lindo refrão que nos remete bastante às melhores melodias do Cure.

Novamente remetendo ao Cure, temos "Candidate". Prosseguimos com "25 Hours" com sua
interpretação vocal e mais um ótimo trabalho de guitarras e bastante ênfase nos teclados. Já um
pouco abaixo do nível das canções anteriores temos a "semi-balada" "The Trap".

Chegamos agora a mais um ponto alto de "Playland" com sua faixa-título. Nela encontramos
linhas de baixo e uma levada de bateria bem secas e num andamento acelerado perfeitamente
combinadas com guitarras mais suaves e teclados muito bem utilizados. Destaque também para
o refrão possuidor de uma linha vocal bem básica porém altamente contagiante.

Mais uma faixa temperada à moda dos anos 80: "Speak Out, Reach Out". Esta agrada em cheio,
principalmente aos fãs do Specimen. Aceleramos o rítmo com "Boys Get Straight" que lembra
um pouco a saudosa ex-banda de Johnny. Na bela "This Tension" temos o ápice do trabalho
vocal de todo o disco além da presença muito bem-vinda de teclados que a conferem um
clima mais introspectivo. Fechamos a animada porém um tanto banal "Little King".

Chegada ao fim a audição de Playland, chega-se a inevitável conclusão de que mais vale
um velhote veterano com seu Rock pulsando nas veias do que multidões de novas bandas
"alternativas" (indies?) sofrendo de decadência precoce.


FAIXAS

1. "Back in the Box" 3:05
2. "Easy Money" 4:05
3. "Dynamo" 3:59
4. "Candidate" 4:50
5. "25 Hours" 3:35
6. "The Trap" 3:24
7. "Playland" 4:41
8. "Speak Out Reach Out" 4:04
9. "Boys Get Straight" 3:02
10. "This Tension" 4:01

11. "Little King" 3:14


SOBRE O COLUNISTA :

CARLOS LICÁ

Nascido em 1985, na cidade do Rio de Janeiro, Licá apaixonou-se pela música graças ao clássico álbum Live After Death, do Iron Maiden.
Mais tarde, começou a se interessar por guitarra e freqüentou aulas de canto. Aprecia bandas e artistas de gêneros bastante variados:
Hanoi Rocks, Iron Maiden, Skid Row, Ratt, Winger, Stryper, Grim Reaper, Guns 'n' Roses, New York Dolls, Aerosmith, Joy Division, 

Ramones, Muddy Waters, Jerry Lee Lewis além de obras de gênios da música erudita como Beethoven, Mozart, Chopin, Seixas e Villa-Lobos.

0 comentários:

Postar um comentário